Luiz Cesar de Simas relembra atuação para a construção do método educativo

Luiz Cesar de Simas Horn tem décadas de atuação no Movimento Escoteiro de Santa Catarina. Sua história começou com o ingresso no Grupo Escoteiro Príncipe de Joinville, em 1972, quando tinha apenas 15 anos.

“Meus amigos me convidavam, mas eu não queria porque não gostava de usar bermuda. Então, um dia eles foram para um evento em Porto União e voltaram explicando que tinha aberto o grupo Sênior e que poderia usar calça comprida. Foi nesse momento que eu entrei e estou até hoje”, conta.

Desde então, ele se mantém no seu primeiro grupo escoteiro, mesmo que em muitos momentos a distância fosse um empecilho. “Eu morei um tempo em Curitiba (PR), mas não deixei de participar das atividades durante o fim de semana. Eu pegava a estrada e em 1h30 estava em Joinville”.

Ele também é psicólogo e aponta que esse foi um dos fatores para que conseguisse contribuir com a construção do método educativo para jovens e adolescentes. Além disso, ressalta a importância do seu Grupo Escoteiro como importante na continuação das atividades.

“Sempre mantivemos muitas pessoas, treinamos chefes que fazem parte da insígnia da Madeira e temos uma experiência de base de atividade. Isso me trouxe a possibilidade de trabalhar profissionalmente na área”, relembra.

Atuação no Movimento Escoteiro

Foi neste momento que Luiz Cesar iniciou sua atividade como assistente técnico e, em seguida, como executivo do programa da região escoteira por mais de oito anos até assumir a função de contratado, em 2001, para ser engenheiro do programa do Escritório Nacional.

“Acabei me tornando o gerente de método educativo que é a função da formação de jovens e adultos. Neste período, fui para um projeto da região interamericana que iniciou, em 1995, a renovação do programa escoteiro. Na época, se entendia que não era mais adequado, não atendia os interesses dos jovens e da sociedade que é o mais relevante para o método de educação. Isso estava passado, não porque a proposta escotista é ruim, mas foi se perdendo ao longo do tempo pela má prática”, complementa.

Dessa forma, ele foi um dos responsáveis por essa revolução no método educativo junto com outros escoteiros importantes da América Latina.

Inicialmente, o texto foi escrito em espanhol, mas foi traduzido, por exemplo, para inglês, russo e outras línguas para se tornar uma referência mundial sobre as atividades. No entanto, entre as dificuldades estava a forma de avaliação.

“Não interessa se o jovem tem domínio dos instrumentos, seja fazer um nó ou montar uma barraca, mas a avaliação deveria ser da pessoa que ele se torna”, explica.

A partir da construção do material de educação, Luiz Cesar aponta que foi o início de um contato maior entre a UEB e a Organização Mundial do Movimento Escoteiro.

Atualmente, ele é um dos consultores da organização em nível mundial na área de programa de jovens, sendo o Brasil uma referência no sistema de progressão por competência para os adolescentes.

“A relação é um caminho de duas mãos. Alguns anos atrás, a UEB não cumpria com os compromissos mundiais e por isso não era reconhecida. Nos anos de 1990, mudou-se a postura e começou a buscar esse cumprimento como pagar a taxa mundial para levar os jogos para Jamborees”, finaliza.