Projeto cultural documenta a história do Escotismo na Serra de SC

Antiga rota de tropeiros e destino de imigrantes europeus de diversas nacionalidades, a Serra de Santa Catarina é uma das regiões em que o Movimento Escoteiro atua há quase um século. Essa história está sendo pesquisada e será contada em um livro que está sendo produzido como parte do projeto Memória Escoteira.

O trabalho é coordenado por Jamil Antônio Dias, que lidera uma equipe de historiadores, memorialistas e profissionais comprometidos com a documentação histórica do Escotismo. “É uma forma de ter o respeito para aqueles que vieram antes de nós. Assim como para saber que o Movimento Escoteiro não apareceu de um dia para o outro e que o Escotismo está em prática há muitas décadas em Santa Catarina e com mais de 200 grupos escoteiros ao longo deste período”, aponta Jamil Dias.

Entre eles, está o Grupo Escoteiro Lages, com 82 anos de existência e em plena atividade. Atualmente, cerca de 50 associados, sendo 40 crianças e jovens, fazem parte do mais antigo grupo escoteiro da região e um dos primeiros do Estado e do Brasil.

“O intuito é formar jovens, dentro da base do escotismo, para que assumam suas responsabilidades, seu próprio desenvolvimento, principalmente o caráter. As atividades do G.E. Lages são baseadas nesses propósitos, educar para a vida, educar brincando, sendo essa a importância para a comunidade, formando pessoas de bem, para uma comunidade de bem”, explica o diretor administrativo e voluntário, Diovane do Amaral.

Outro forte representante do Escotismo no município de Lages é o Grupo Escoteiro Heliodoro Muniz, fundado há 33 anos, e que tem mais de 100 membros registrados entre crianças, jovens e adultos.

O voluntário Fábio Guedes aponta os laços do escotismo com as instituições da cidade. “Nossa força vai além dos membros registrados, mas se multiplica por conta da participação das famílias que fazem parte do grupo e estão sempre envolvidas nas atividades”.

O movimento de educação criado em 1907, na Inglaterra, encontrou em Santa Catarina um dos estados onde a atuação está entre as mais longevas do Brasil: os primeiros registros de iniciativas escoteiras em solo catarinense datam de 1913.

O livro com fotos e histórias dos mais de 110 anos do escotismo em Santa Catarina produzido pelo projeto Memória Escoteira é resultado das pesquisas de fotos, documentos e coletas de entrevistas que já estão sendo reunidas pela equipe de historiadores. O lançamento do livro está previsto para ocorrer em 2023.

Com investimento de empresas como Andritz, Fakini, Giassi Supermercados, Pehnk Materiais de Construção, Randon Compasi, Bragagnolo Papel e Embalagens, Segala’s Alimentos e Toyota Tarpan, o documento histórico será distribuído gratuitamente para as principais bibliotecas públicas do Brasil e para grupos escoteiros de todo o Estado, além do Centro Cultural da Memória Escoteira.

Você pode contribuir com este projeto cultural através de doações de qualquer valor. Basta acessar o site memoriaescoteira.com.br e realizar a sua doação.

Valorização das histórias e ligação com as comunidades

Atualmente, o Grupo Escoteiro Heliodoro Muniz funciona nas instalações da Udesc (Universidade Estadual de Santa Catarina), no bairro Conta Dinheiro. No entanto, também passou pelo Colégio Bom Jesus, que também mostra a forte ligação com a rede de ensino.

“Ter essa ligação com as instituições da cidade mostra a importância do Escotismo como elemento da educação não formal, assim como ligar o Escotismo com as referências de Lages, que sempre formou parcerias com várias entidades e presente nas atividades sociais e comunitárias”, complementa Guedes.

“Além de ser um projeto importante para todos os membros da União dos Escoteiros do Brasil, é um projeto que dá muita visibilidade ao Escotismo e tem a dinâmica de mostrar a real história do Movimento Escoteiro em Santa Catarina, quando e onde surgiu, dúvidas que os próprios escoteiros têm ou não fazem ideia de como tudo começou. Para nós escoteiros, isso é um privilégio, poder acessar até mesmo na palma da mão, e descobrir a história do Escotismo no nosso estado”, completa Amaral.